quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

começando pelo início...

                Há mais ou menos seis anos atrás, quando as meninas ainda eram pequenas, comentava alguns acontecimentos familiares para um amigo querido, quando ele me sugeriu escrevê-los, para não esquecer. Não segui sua sugestão, infelizmente, e deixei o tempo levar alguns bons momentos e comentários das pequenas, que cresceram muito mais rápido do que eu gostaria. O tempo passou, a caçula hoje tem 9 anos e mais velha adolesceu. (agora fiquei numa dúvida cruel: existe esse verbo "adolescer"? Pesquisa feita, verbo confirmado). De qq forma, criei esse blog para contar um pouco minhas aventuras como "mãe-de-adolescente-de-primeira-viagem".

             Costumo dizer que, se tivesse um terceiro bebê, Deus poderia me dar outra menina! Adoro ter filhas mulheres; pude sempre cuidá-las e curtí-las com todas as frescurinhas que não me permito ter, por questões de estilo e vontade. Parceiras para todas as horas, minha dupla feminina é linda e mimosa! Mas, nos últimos tempos, a doçura deixou uma lacuna, e a filha mais velha começou a me questionar sem perdão, numa disputa "filha X mãe" incessante. Com os hormônios em doses malucas, o humor sobe e desce sem avisar, tampouco me dar tempo para respirar.  É claro que já tive 12 anos, e também adolesci. Mas, naquela época, havia um componente bem especial, que é bastante raro atualmente: o respeito.

            Dia desses, cheguei em casa verdadeiramente exausta, e, esperando ser recebida com beijinhos e afagos. Logo de início, ninguém sequer me olhou, e quando pedi atenção, levei uns coices verbais (como é uma palavra bem gaúcha, traduzo: coice seria uma pancada para trás de certos quadrúpedes). Tentei uma breve DR, mas foi em vão. Discutir a relação não teve vez, o jeito foi  sair prá casa de uma vizinha nem tão vizinha assim - minha mãe, que passava uns dias na capital gaúcha. Essa foi a forma de eu ter uma noite de paz em frente à tv, com direito a sossego e cafuné.

            Diante dessas situações, é comum me sentir verdadeiramente perdida. De repente deixei de ser um exemplo para ser uma "inimiga", e esse papo é bem complicado e pesado ao mundo hormonal feminino!

            Em visita à última feira do livro, minha busca foi aos títulos de autoajuda para mães e adolescentes. Ai que horror... ao começar a leitura me dei conta que tudo (quase tudo) o que eu fazia ou falava estava  errado ou  criticado pelos conhecedores do assunto. Mas não devo ser a única mãe de adolescente do mundo... e isso é o que me conforta!  E assim, vou levando a vida; tento melhorar  como mãe, me equilibrar nos momentos em que dá vontade de sacudir minha adolescente, ou, no mínimo, não me sentir culpada se rolar um castigo! Mas um fator bem sério aproxima-se:  a filha ainda criança está entrando na pré adolescência, e  lentamente já  desafia meus limites!


           Críticas ou sugestões serão super bem-vindas por e-mail!